A discussão sobre o fracasso escolar é antiga e cada vez mais importante, porém, muito se discute e pouco se resolve. Mas de quem é a culpa? É possível solucionar este problema baseando-se em uma única causa? Pois bem, vivemos em uma sociedade que nos leva a procurar culpado para tudo, mas em se tratando desta problemática, não é possível se basear em uma única causa, ou procurar alguém para colocar a culpa. Quando falamos de fracasso escolar estamos falando de um problema estrutural, de longa data e muito mais sério do que podemos imaginar. Estamos falando também das condições dos alunos tanto cognitivas quanto psicológicas, sociais e físicas, de problemas de estrutura escolar, além da situação vivida pelos professores, que envolve a má remuneração, a falta de reconhecimento dentre outros fatores. Apesar desta problemática envolver diversos aspectos, vou salientar os que considero mais influentes e que consigo perceber com maior frequência no dia-a-dia: a FALTA DE DESEJO DE APRENDER, por uma considerável parcela dos alunos que frequentam a educação básica; e a FALTA DE VONTADE DE ENSINAR por grande parte dos professores. Não é difícil perceber que há muito tempo os alunos frequentam a escola por obrigação, também não é difícil perceber como os professores se sentem frustrados por não conseguirem atingir os objetivos que estabelecem no decorrer do trabalho. Diante disso, O QUE FAZER? Este talvez seja o questionamento de inúmeras pessoas, pois o fracasso escolar acaba envolvendo não só professores e alunos, como também a sociedade, de um modo geral. Sabe-se que lidar com seres humanos nunca foi uma tarefa fácil e tranquila. Entretanto, nos últimos anos, a situação tem se agravado ainda mais nos ambientes educativos e, neste aspecto, falta a articulação dos problemas da realidade com estratégias de ensino permanentes e condizentes com o contexto, bem como a sensibilização dos professores na busca de alternativas para lidar com a falta de desejo de aprender dos alunos. Por outro lado, falta o comprometimento do aluno e da família para que o processo ocorra de maneira significativa. O grande impasse é que a desmotivação da maioria dos professores, decorrente muitas vezes da falta de reconhecimento e da situação em que se encontra a sociedade, gera falta de motivação nos alunos, já que estudar não é o sonho de consumo de nenhum deles. Que a escola é ruim, que o professor não é valorizado e nem defendido pela sociedade, que os alunos vivem em condições sócio-afetivas precárias... nós já sabemos. Contudo, a realidade pede para que haja uma união em prol de melhoria escolar, sem procurar culpados. Mas, COMO FAZER se a autodefesa está entre as habilidades mais importantes que alunos, familiares, professores e demais profissionais da educação pode dominar?
À primeira vista, este espaço sugere tratar de questões educacionais ou que envolvam o contexto educativo. Porém, não desmerece o propósito que ele assume em razão do seu nascimento, o de interessar-se pelo ser humano e pela interação que pode-se estabelecer com pessoas de situações diferentes e contextos particulares.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
PARA COMEÇO DE CONVERSA...
Sou professora há alguns anos e seguramente posso dizer que a identificação com o meu trabalho, tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Superior e agora, no Ensino Fundamental e Médio, nasce do desafio de oferecer um exercício que contribua para a vida de cada aluno que tenho a oportunidade de manter contato. Estou convencida disso! Procedo de uma história bastante comum... a de ser conduzida naturalmente a fazer tudo o que faço. Ao mesmo tempo, creio que Deus mantem o controle sob as minhas decisões e escolhas do dia-a-dia e me conduz, o que explica a naturalidade com que acontece tudo em minha vida. Em algumas situações (talvez as que tenho vivido ultimamente em meu novo trabalho), observo de modo mais evidente, como as pessoas precisam umas das outras e como as relações se tornam mais complexas pela tendência natural do ser humano de jogar a culpa no outro ou excluí-lo do contexto. Infelizmente isso se evidencia em ambientes educativos. Em outros casos, percebo o quanto é difícil conhecer, entender e aceitar o ponto de vista de cada uma das pessoas com as quais convivemos, seja no trabalho, em casa ou em qualquer outro lugar. Diante disso, entendo que especialmente os profissionais da educação precisam estabelecer um plano de igualdade nas relações, considerando que somos nós quem as definimos na escola. A ausência de clareza ou consciência se manifesta nas dificuldades em enfrentar os problemas cotidianos. Em muitos momentos nos convencemos, de maneira mais ou menos consciente, que tudo o que acontece, acontece por alguma razão e não fazemos muita coisa para mudar o que não está bom. Muitas vezes há o ideal, mas, em muitos casos, ele prende as nossas atitudes e acaba por inverter as nossas ideias ou desejos iniciais. Nesta condição, recolhemos a essência daquilo que podemos entender como objetivo de vida, aqueles que cada um estabelece deliberadamente. Tenho procurado força, sabedoria e entusiasmo para não fazer com que a essência dos meus seja recolhida. E você, o que tem feito com os teus objetivos de vida?
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