terça-feira, 28 de setembro de 2010

FRACASSO ESCOLAR

A discussão sobre o fracasso escolar é antiga e cada vez mais importante, porém, muito se discute e pouco se resolve. Mas de quem é a culpa? É possível solucionar este problema baseando-se em uma única causa? Pois bem, vivemos em uma sociedade que nos leva a procurar culpado para tudo, mas em se tratando desta problemática, não é possível se basear em uma única causa, ou procurar alguém para colocar a culpa. Quando falamos de fracasso escolar estamos falando de um problema estrutural, de longa data e muito mais sério do que podemos imaginar. Estamos falando também das condições dos alunos tanto cognitivas quanto psicológicas, sociais e físicas, de problemas de estrutura escolar, além da situação vivida pelos professores, que envolve a má remuneração, a falta de reconhecimento dentre outros fatores. Apesar desta problemática envolver diversos aspectos, vou salientar os que considero mais influentes e que consigo perceber com maior frequência no dia-a-dia: a FALTA DE DESEJO DE APRENDER, por uma considerável parcela dos alunos que frequentam a educação básica; e a FALTA DE VONTADE DE ENSINAR por grande parte dos professores. Não é difícil perceber que há muito tempo os alunos frequentam a escola por obrigação, também não é difícil perceber como os professores se sentem frustrados por não conseguirem atingir os objetivos que estabelecem no decorrer do trabalho. Diante disso, O QUE FAZER? Este talvez seja o questionamento de inúmeras pessoas, pois o fracasso escolar acaba envolvendo não só professores e alunos, como também a sociedade, de um modo geral. Sabe-se que lidar com seres humanos nunca foi uma tarefa fácil e tranquila. Entretanto, nos últimos anos, a situação tem se agravado ainda mais nos ambientes educativos e, neste aspecto, falta a articulação dos problemas da realidade com estratégias de ensino permanentes e condizentes com o contexto, bem como a sensibilização dos professores na busca de alternativas para lidar com a falta de desejo de aprender dos alunos. Por outro lado, falta o comprometimento do aluno e da família para que o processo ocorra de maneira significativa. O grande impasse é que a desmotivação da maioria dos professores, decorrente muitas vezes da falta de reconhecimento e da situação em que se encontra a sociedade, gera falta de motivação nos alunos, já que estudar não é o sonho de consumo de nenhum deles. Que a escola é ruim, que o professor não é valorizado e nem defendido pela sociedade, que os alunos vivem em condições sócio-afetivas precárias... nós já sabemos. Contudo, a realidade pede para que haja uma união em prol de melhoria escolar, sem procurar culpados. Mas, COMO FAZER se a autodefesa está entre as habilidades mais importantes que alunos, familiares, professores e demais profissionais da educação pode dominar?

6 comentários:

Fabrício Andrade disse...

Lô, excelente o texto. Você tocou nos pontos nevrálgicos. De fato, não há resposta e solução fáceis para as perguntas. É verdade que o problema é estrututral e, seguramente, uma dimensão importante da solução passa pela maior valorização e qualificação dos professores. É mais delicada a questão relativa aos alunos e à sociedade.

Prof. Evandro Luz disse...

Lô, o tema é de extrema pertinência para o atual momento que passamos (eleições 2010), pois ao consultar meus alunos sobre as mais intrínsecas informações sobre a política de administração pública, e a surpresa ou sensação de "fracasso escolar" foi grande.
COMO SE DEFENDER se as habilidades para tal ainda se encontram nos "casulos"?
Penso que pequeninas operárias como você, eu, nós, poderemos reverter essa situação pois é necessário ACREDITAR que a EDUCAÇÃO é o futuro desse país.
Parabéns pelo texto.

Creni Machado disse...

Oi Companheira,
Vou deixar minha opinhão quanto ao seu texto. Achei que nem todos os pontos colocados por vc é uma realidade. Hoje a família esta disestruturada. Tem lares que a mãe faz o papel de pai e mãe não sobrando tempo para a educação de seus filhos, que muitas vezes são ficam a merce da sorte. Tem também a mudanças de Leis que estão frouxas demais dando tanto direito para as crianças , que tem ficado bem dificíl a família educar com mais pulso firme seus filhos. Concordo que a maior desmotivação dos professores sejam mesmo salario baixo, pouco investimento dos governantes.

Loany Costa disse...

Meu bem, que legal que você leu o texto! Acredito que a valorização e formação dos educadores, bem como a participação das famílias e a tomada de consciência da sociedade, são fatores indispensáveis para reverter este quadro. O grande porém é que não vejo muito esforço de nenhuma das partes. Parece que entramos em um conformismo. Talvez a maior dificuldade de aprendizagem que exista, não seja a do aluno (como todos pensam diante das circunstâncias), mas de todos os que não acreditam em sua própria capacidade de aprender (a voltar atrás, a perdoar, a respeitar, a relevar, a ensinar...).

A Paz de Jesus!

Beijos

Loany Costa disse...

Oi Evandro, obrigada por ler o texto e comentar! Primeiramente quero parabenizá-lo pelo profissional que é e pelo seu comprometimento com a educação. Ainda bem que diante de tanta desmotivação existem pessoas como você, que se preocupam com o contexto e fazem de tudo para plantar sementes produtivas. Certamente o que os alunos mais precisam é de pais e professores que tomem decisões humanas em seu benefício. Eles não passam de vítimas de todo um contexto social.

Que Deus abençoe o seu trabalho e te dê disposição para continuar a caminhada.

Loany Costa disse...

Oi Creni, que bom que você voltou para o trabalho e que legal que leu e comentou o texto. Concordo que não ressaltei as questões que se referem à família, mas você tem toda razão. Educar hoje, não é tão simples como antigamente. Olha, posso dizer que sou fruto de uma criação só de mãe e, graças a Deus, isso não refletiu muito no aspecto que estamos discutindo. Talvez em outros. Espero que tenhamos força para suportar tudo o que vem por aí, porque estou certa de que este é só o princípio das dores e dificuldades que iremos passar neste mundo.

Que Deus nos abençoe!